PANC. Você sabe o que é?
A sigla PANC significa Plantas Alimentícias Não Convencionais, isto quer dizer que fazem parte de um extenso grupo que não são produzidas ou comercializadas em grande escala, cujo cultivo e uso das mesmas podem cair no esquecimento.
As PANC estão relacionadas com aquilo que o ambiente local pode proporcionar. O objetivo da valorização dessa classe não é cultivar alimentos de longe, mas sim maximizar aquilo que tem bom desenvolvimento naquela região.
Por conta da extensão do nosso país, temos grande variedade cultural. Um alimento que é considerado PANC aqui no Sudoeste da Bahia pode ser convencional em Manaus, Belo Horizonte ou em outras regiões. Todas as regiões tem potencial para explorar essa categoria, sejam elas nativas ou originárias de outro local.
Voltar o consumo das Plantas Alimentícias Não Convencionais é uma forma de evitar que desapareçam do nosso cotidiano, contribuindo assim com a valorização das culturas alimentares nas quais essas plantas estão presentes. Vale ressaltar também as propriedades nutricionais que esses alimentos oferecem.
Muitas plantas pouco usadas no Brasil são famosas em outros países e regiões. Como exemplo, a palma comumente usada como legume no México. Ela é rica em vitamina C, cálcio e magnésio. Pode ser usada em diversas preparações culinárias.
Muitas receitas do dia-a-dia podem ter ingredientes substituídos por outros não convencionais, de forma que o preparo se manterá o mesmo. Por exemplo, o mitsubá que é parecida com a salsa, é nutritivo e pode ser usada em sucos verdes. Recomenda-se que não seja cozida para não amargar.
Algumas curiosidades:
- Estima-se que existam mais de 10.000 plantas com potencial alimentício;
- Muitas plantas alimentícias não convencionais também são medicinais e têm propriedades nutracêuticas, ou seja, ajudam a prevenir e combater doenças;
- É importante ficar atento à forma de preparo de cada planta. Muitos vegetais só são comestíveis após o preparo apropriado;
- Branqueamento é um processo simples, que consiste em ferver a água, deixar as plantas cozinharem por poucos minutos e imediatamente passá-las para a água fria. Essa técnica permite remover as toxinas dos alimentos (como do caruru, da taioba e da chaya), mantendo a cor verde intensa e a textura do alimento;
- Evite colher plantas em locais que possam conter contaminação, como beiras de estrada, calçadas e também em locais próximos a indústrias, postos de gasolina e bueiros. Se o solo for contaminado, é possível que a planta também esteja.
Além disso, temos algumas dicas em relação ao consumo das PANC, quais processos podem ser feitos? Devemos lembrar que cada planta possui características e o seu preparo dependerá disso.
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Plantas que são consumidas in natura, na forma de suco ou salada. Consumo similar ao do mamão, da alface e do pepino.
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Plantas que podem ser consumidas tanto in natura quanto processadas, mas ficam mais agradáveis e saborosas quando cozidas ou refogadas. Mesma forma de preparo da couve, da abobrinha e da escarola.
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Plantas que precisam obrigatoriamente passar por cozimento. Essa exigência é similar à da mandioca, do espinafre e da batata-doce, que devem ser consumidas cozidas.
Temos uma cartilha muito legal para indicar, é o Guia Prático de PANCs que esclarece muitas dúvidas, traz curiosidades e propriedades de uma serie de plantas não convencionais.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
RANIERI, Guilherme Reis et al., Guia Prático Sobre PANCs. Instituto Kairós. São Paulo, 2017.